segunda-feira, 10 de agosto de 2009

NO IBERÊ CAMARGO

esferas meditando narcisos







fotos Jussara

11 comentários:

  1. Uma análise: Eu não acho que a cor preta, do figurino da Joana (e do Denis também), tenha sentido com relação aos quadros de Dali - nem mesmo com o "pólo vespertino" de sua obra, aquele morbitamente triste, cinza, imóvel (como muitas pessoas, de pensamento demasiado simples e comum, relacionam a cor preta de forma pejorativa - visão tipicamente brasileira). Menos ainda com o quadro das "esferas de Gala", nesse caso. Assim interpreto, principalemnte porque estamos trabalhando, também, com artes visuais, onde a cor é fundamental. Não sei se é ignorância, pensamento fechado, ou mania de perfeição... Talvez, na arte, vale tudo...

    Eu achei essa falha que gritou nos meus olhos/pensamento e me senti exposta, e capaz para falar meu ponto de vista mais profundamente do figurino, já que o projeto me fez estudar muito Dalí e seu obra.

    Se alguem tiver outra opinião própria, por favor.

    Beijos Naiana.

    obs: Isso tudo porque estou bastanete envolvida no projeto. Faço-me entender?!

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  2. A Jo está liiiinda!!
    Demais!!!

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  3. Nai querida! discorra mais sobre o "pólo verpertino" de Dali e sobre a "visão tipicamente brasileira".
    Compartilhe conosco!!
    Ju

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  4. hmm. Legal. Já ouviram falar em Portlligat? Dalí tem uma casa lá, branca (parece até com o Iberê Camargo, haha) É uma baía; na visão surrealista: uma clara de ovo que protege e nutri a gema azulada - imaginaram? Muitas vezes, (essas repetidamente de várias formas foram acariciadas pelos pincéis dalinianos - vejam! Então, daí vem os dois pólos antagônicos - da baía de Portlligat: matutino e vespertino. De manhã a paisagem é uma costa feliz, alegre, iluminada, estrutural; de tarde é escura, triste, abandonada. E não é que existem, em Dalí, sempre, esses dois pólos?! O claro de suas luzes... e o escuro das grandes sombras e inquietantes presságios; romantismo, agressividade.

    Segundo a nossa ideologia morrer é sinal de tristeza (na Europa também). E qual é a cor representante? O preto! Para mim como sinto que para Dalí esse não é o pigmento da tristeza, por isso acho que não combina com o pólo vespertino, exceto com as sombras misteriosas e surreais. Será mesmo que o preto é a ausência de cor? Não é demasiado simplório esse pensamento brasileiro? É a usência de luz?

    O vestido de Joana pode representar a morte de Gala, juntando-se o Dalí e o Daqui. Que bobo. hehe;

    beijos, Naia

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  5. Jussara diz: Associações são livres. Também são do devir. Gosto de citar quando Hitchcock faz o pássaro, ele se atém mais à ameaça que por analogia, sentimos, reproduzindo um grito eletrônico, e não a um grito de pássaro reconhecido na sua natureza. Em Moby Dick, também, não se imita, mas como uma assinatura, o corpo que dança se faz aranha por identificação em devir. Cada coisa se transforma em som e cor por devir...passando para um outro lugar.O signo não escolhe ideologia, ele agencia. isto é desterritorialização...quando se sai de onde se está para povoar um outro espaço, e ao reterritorializar, voltamos ao que é o "lógico" como o prêto associado à morte.

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  6. Jussara diz: a cor preta ou negra é a mais escura do espectro de cores. É definida como "a ausência de luz", em cores-luz, ou como "a mistura de todas as cores". É a cor que absorve todos os raios luminosos, não refletindo nenhum e por isso aparecendo como desprovida de clareza. Se tida a cor preta ou negra,conforme o conceito acima, a Joana absorvería todos os raios luminosos não refletindo nenhuma e aparecendo desprovida de clareza? Se pensarmos em clareza, somando a negra Joana com o preto figurino, podemos afirmar que este conjunto Joana+negra+preto falam de morte? O que há em Dali que não podemos transformar aqui, já que somos todos um pouco negros, amarelos, vermelhos e brancos? Se pensarmos em rizoma (Deleuze)...ele está sempre no meio e não nas pontas...entre as coisas...nas dobras...no intermezzo. A correlação se transversaliza nas margens do Guaíba, e porquê não?

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  7. Jussara diz: As esferas, aqui, é uma associação com a dança e não com o adereço da cabeça da Joana. Falamos da roda (esfera), o simbolo da dança, percebida por Degas, Dali, Miró, Chambeland e outros tantos pintores e escultores. Um simbolo da dança como continuo, como atmosfera de elo e processo radial- social de conhecimento comum. Assim, Joana+dança+negro+preto...vem a ser um léxico de visão tipicamente brasileira? É aqui que estamos? Somos aqui? O lugar é referência?

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  8. "Cada coisa se transaforma..."
    "desterritorialização..."

    Nascemos ENOOORMESSS, no entanto parece que "A sociedade" implanta coisas nas nossas cabeças e se ficarmos no banal, cada vez mais diminuimos. em algum ponto da minha análise, talvez, eu tenha escapado do "lugar comum", do lugar conhecido, povoado; eu ousei criticar. Isto sempre me da vontade de continuar sim.

    Enfim, abriu mais um pouquinho de mim.
    Posso te dar um elogio sincero?!eu achei você muito artista - no significado mais desterritorializado possível. Já deve saber disso. Esses teus elos, essa tua idéia de trabalhar com Dalí...

    Obrigada JM. Parabéns mesmo;lindo!

    Naiana

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  9. "a sociedade" nos limita.Nos condiciona toda hora. e acho que é disso que se trata o projeto também.

    Naia

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  10. Será que se trata disso? Será que enquanto pensarmos em sociedade, devemos nos ater ao MACRO? Ou devemos pensar no micro (sem nos reduzirmos do macro ao micro, que nos coloca em posição de sermos nada) ao nosso lugar comum, sem sermos, ou sendo quase críticos. Sim devemos ousar, pensar, ser críticos as vezes um pouco mais entusiásticos outras menos. Mas nunca nos relacionarmos de igual pra igual com o lugar comum. Este nos vale pra convivermos bem "no social", mas se quisermos de alguma maneira existir, devemos saber permea-lo (não sei como se escreve), sem perder nosso poder analítico de curiosidade. Estou sendo superficial, não é? Este também pode ser um Dom. Tem vezes que parece mais singelo. Tem dias que é melhor parecer não saber falar; e dizer alguma coisa. Pouco me importa os acertos ou erros da minha grafia. Pro inferno as regras. Tenho voz, traduzida em letras, não sou tão bom nem tão ruim. Sou. E se é pra falarmos dos lugares concretos onde já estivemos, PEÇO DESCULPA! Sempre estive em lugares onde só eu estive. Por mais que outras pessoas pudessem estar lá comigo, antes, ou depois, de mim. Sempre estou em lugares que só eu estou. Não é ringue, é king size. Não é disputa, é construção!
    Lugares que são nossos, que nos tem; que os temos, por associação, por identificação, repulsa ou qualquer outra coisa. Somos e construímos, sempre, a partir do que somos. Bem vindos todos os que tem opinião!!!!
    Nunca saí daqui. Nem sei quem é Dali. Mas as gavetas? Sou curioso, abro todas. E sempre, sempre tenho as palavras como amigas. O mundo como experimento, as pessoas como cúmplices, e o respeito como meio.

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  11. Ju o trabalho está fantástico!! Cada dia que passa aprendo mais e mais contigo e absorvo melhor as técnicas, que p/ mim não são nada fáceis!! vc é uma pessoa incrível e fazer parte desta família é um privilégio, obrigada.. e galera vcs moram no meu coração!!! bjão, Daia!!

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